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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Diagramação


Olá pessoal,

Continuando sobre homemades, vou aproveitar algumas perguntas que sempre me fazem e fazer um post sobre manipulação de imagens e diagramação.
Bom, primeiro vamos esclarecer que não sou designer, ilustrador, desenhista, Photoshopeiro ou algo que o valha. Não consigo riscar uma linha reta e minha caligrafia parou de evoluir quando tinha 5 anos (ainda por cima sou canhoto). O "modelo" que vou explicar aqui é o que eu uso e consigo resolver meus projetos. Se alguém sabe de algum caminho melhor ou menor, por favor depois que parar de rir deste post comente e nos ilumine com sua sabedoria ok ?
Vamos dividir este texto em 2 partes: como e onde encontrar informação  e melhorar suas habilidades e depois o "modelo" que costumo usar.
Informação: Temos a boa e nem sempre confiável internet, com apostilas, posts, passo a passo, etc. Sim realmente se você tem uma dúvida esse é o caminho. Mas não procure um passo a passo exatamente sobre o que quer fazer. Você pode até encontrar, mas é pouco provável e infelizmente essa resposta fácil não irá melhorar suas habilidades. Pegando informações aos pedaços, juntando, pesquisando alternativas é que se evolui.
Iniciei meu envolvimento com o Photoshop a cerca de 3 anos, justamente porque queira poder traduzir cartas e manuais para os jogos que tinha e não queria ficar esperando alguma alma caridosa fazer o trabalho. Pedaços de informações foram sendo colhidas, cheguei a usar o Paint Brush no começo (argh !!!), depois o Photoshop com se fosse um Paint Brush (o que não ajuda em nada) e por fim comecei a usar o Photoshop com camadas (layers) e algumas técnicas aprendidas e outras desenvolvidas.
Hoje eu sugiro 2 fontes além da net: a revista mensal Photoshop Creative da editora TRGD e o livro Photoshop CS4 - O Manual que faltava da editora Digerati/O'Reilly.
A revista Photoshop Creative mostrar pequenos projetos quase passo a passo em diversos níveis. Não se preocupe se você ler e não entender, faço isso até hoje...he,he,he, mas de qualquer maneira, alguma coisa você vai reter e depois isso pode lhe ajudar como uma referência que conquistou ou porque você lembrou que em alguma revista existia uma resposta para sua pergunta.
O livro Photoshop CS4 da série O Manual de Faltava é muito bom. Extremamente didático, começa do começo mesmo, vai explicando detalhes e o porque das coisas e conceitos. É uma leitura agradável apesar do tema técnico. Existe inclusive outros títulos dessa série para outros softwares, não li, mas acredito que a qualidade seja igual.
Os livros da série aprenda [qualquer coisa] em 21 dias realmente não me agrada, sua informação é confusa, restrita e rasa como um pires.

Já a famosa série [qualquer coisa] para leigos (aquele com um quadro negro no meio e capa amarela), embora sofra com o estigma de livro bobo, alguns que li são interessantes, geralmente são bastante abrangentes e com detalhes e dicas interessantes. Serve como introdução ou pelos detalhes sobre o assunto. Por incrível que pareça estou lendo um sobre Xadrez muito interessante (não vou entrar em detalhes sobre livros de xadrez ok ?).
Acho que a grande sacada é essa: procure na net informação sobre algum detalhe que precisa e depois vá expandido, vendo outras possibilidades e testando.
CARTAS
Modelo: Primeiro você precisa das imagens para trabalhar certo ? Então eu scaneio com resolução de 300dpi (não adianta fazer em 600, não melhora nada e ainda causa um grande transtorno com o tamanho do arquivo e lentidão para trabalhar) e depois salvo o PSD em 200dpi. Agrupo as cartas lado a lado e em colunas para ocupar a área do scaner. A chave aqui é manter tudo reto, facilita muuuito o trabalho depois.
Neste ponto você tem 2 opções: trabalhar com todas as cartas neste arquivo ou separar cada carta em um arquivo separado.
Trabalhando todas as cartas num único arquivo, você ganha em tempo.
Trabalhando com 1 arquivo para cada carta você aumenta consideravelmente o trabalho porém tem mais controle da carta em si. É extremamente útil quando se tem uma repetição das cartas com alguma variação.
Trabalhando as imagens
Aqui você vai "limpar" o texto das cartas, fazer correções de imperfeições do scaneamento e ajustes de tamanho se necessário. A idéia é criar uma carta base sem o texto para ser usada nas demais cartas.
Primeiro passo: ajuste tonalidade, luminosidade e contraste. Isso permite que se corrija pequena distorções de cor, por exemplo a cor "puxar" mais para o amarelo, ou vermelho e por fim o objetivo final é dar mais cor, mais contraste, deixar mais viva a carta. Geralmente o ato de scanear deixa as imagens um pouco mais "apagadas" e eu pessoalmente gosto de cores mais vivas. Logicamente se isso não deturpar todo o conceito visual da carta original ou do jogo ok ?
Segundo passo: A carta limpa. Eu procuro entre as cartas com mesmo fundo as melhores opções: menos texto, grande áreas onde apareça o fundo limpo (sem texto) ou onde eu consiga outras partes da imagem. Isso quer dizer que posso selecionar mais de uma carta para compor minha carta limpa.
Esse processo serve para agilizar o trabalho, pois se consigo uma parte da carta originalmente limpa, não precisarei trabalhar nela para retirar o texto de outras cartas. Lembre-se que cada vez que você tem que limpar uma área você está alterando a imagem, sempre sujeito a deixar pequenos traços desse ajuste, então nesse caso menos é mais ok ?
Terceiro passo (se você usar um arquivo para cada carta): Copie o "miolo" da carta, esqueça as bordas. Salve em arquivos separados. Depois quando for criar a folha de impressão iremos cuidar das bordas.
Quarto passo: Limpar as partes que faltam (arquivo por arquivo ou na folha única). Aí não tem jeito, é botar a mão na massa, ou o cursor no pixel. Nessa etapa você pode copiar pequenas áreas e ir colando, usando Rectangular Marquee Tool ou o Magic Wand Tool. Para detalhes e áreas sem correspondência em outros lugares, terá que usar a Clone Stamp Tool (famoso carimbo). Faça isso sempre usando zoom para você mexer em áreas pequenas, depois volte para o tamanho normal e veja o resultado, volte para o zoom e faça mais...
Dica (se é que posso dar alguma). Aprenda e utilize sempre o conceito de camadas. Parece estranho, até bobo no início, mas ajuda muuuito, permite fazer ajustes e se arrepender voltando ao estado anterior, ver antes e depois de algum ajuste, enfim, é a linha divisória entre o totalmente amador e o usuário básico. Sem isso você não tem muitas chances de evolução no software. É o conceito de edição não destrutiva.
Criando as folhas para impressão
Se você trabalhou todas as cartas numa imagem única, agora você tem que colocar alguns riscos indicando onde fazer o corte, facilitando a vida do usuário.
Lembre-se que você deve criar uma imagem do tamanho final, geralmente A4.
Se você trabalhou com as cartas separadamente, é hora de junta tudo numa página para impressão.
Primeiro faça as marcações usando as linhas de apoio (aquelas linhas verdes que surgem quando você puxa o cursor a partir de uma das réguas). Essas linhas devem considerar os limites da carta e dentro delas o espaço da borda. Fica como um quadro com moldura, a imagem do "miolo" da carta você vai copiar e colar aí, ajustando a posição da imagem. Aproveite o recurso em que a imagem "magneticamente" se aproxima dessas linhas para manter um posicionamento constante.
Depois faça riscos não muito grossos nas intersecções das linhas ortogonais (entre as cartas) e nas extremidades. Serão as guias de corte.
Você depois pode salvar esse arquivo e retirar os miolos das cartas, ficando com um template para jogos com cartas do mesmo tamanho.
Maravilha, agora é salvar seu trabalho em PSD normalmente e depois salvar como JPG. A qualidade você avalia pelo resultado e tamanho do arquivo.
Feitas as imagens, é só juntar tudo num pdf com o Acrobat.
Existe a opção de gerar o pdf direto pelo Photoshop, mas pessoalmente não gosto do resultado e do trabalho que dá juntar as páginas depois.
Salvar como jpg página por página garante que estarão no tamanho correto. A idéia é no final imprimir o pdf ou jpg sem ajuste nenhum de impressão, como ajustar ao papel. Lembre-se de pedir para não fazerem nenhum ajuste na impressão, caso contrário as cartas podem ser impressas maior ou menor que o desejado.
Nem vou comentar que estou  contando com seu bom senso em imprimir em casa mesmo, P&B como rascunho e verificar se ficaram no tamanho certo.

MANUAIS
Extraindo imagens e páginas:
Essa é dica de brother mesmo. Já testei inúmeros softwares que extraem imagens dos pdfs, alguns bons, outros ruins e alguns cujo nome da mãe do programador devia constar nos créditos para futuras referências e poemas...
Enfim, eu uso o Adobe Bridge CS4. Como ? Escolhendo o arquivo pdf e pedindo para abrir no CS4. Neste ponto você tem opções: extrair a página e as imagens. Faça os 2.
Você efetivamente vai trabalhar nas páginas, retirando o texto basicamente.
Porém em alguns momentos e dependendo do fundo do manual, você pode utilizar as imagens extraídas (que não contém o texto, salvo textos gráficos feitos diretamente nas imagens), para criar a página limpa que precisa.

É isso, espero que tenha sido útil e ajude a aumentar a quantidade de cartas e manuais em português.

Se você tem outra dica ou outro "modelo" comente, compartilhe, se postei alguma bobagem me corrija, aceitamos críticas construtivas e elogios.

abs.

sábado, 15 de setembro de 2012

Zèrtz - Projeto GIPF


Olá pessoal,

Seguimos com os posts sobre homemade.
Hoje vamos mostrar imagens do Zèrtz do projeto GIPF.
Esse foi um projeto razoavelmente simples de se fazer, sem traduções ou trabalho gráfico.
Vale lembrar que a versão original (que compramos) é muito legal, os discos e esferas são menores dos que fizemos mas muito legais (e mais leves), vale a pena.

Segue lista dos materiais:

Metal
Eu não achei nenhum lugar que vendesse essas esferas, procurei em revendedores de engrenagens e rolamentos e ou não vendem ou o preço é um absurdo. Então achei algumas empresas que fazem esferas de metal, algumas são para moagem, engrenagens ou misturadores. Eu como bom perfeccionista pedi esferas rígidas até o núcleo, mas você pode pedir ocas de carbono, a diferença de valor é muito pouca, mas o peso deve ser bem menor...he,he,he. Ainda existem esferas de cerâmica, mais caras e não sei quanto a resistência no caso de quedas. No nosso caso das esferas rígidas, a resistência vai ser do dedão, que com certeza vai sentir o peso...convém não jogar com pessoas muito estressadas !

6 esferas 25,4mm (1 pol) com zinco branco
8 esferas 25,4mm (1 pol) bicromatizado
10 esferas 25,4mm (1 pol) aço cromo lapidada

Madeira (um pouco menor que 1 pol.)
Nesse caso o problema é que a maioria vende essas esferas já aromatizadas. Mas com um pouco de pesquisa achei uma empresa que vende as esferas para você mesmo aromatizar. Provavelmente algumas lojas de produtos como incenso, ervas, etc, podem ter essas esferas ainda sem aroma. O detalhe é que as esferas neste caso não possuem furos de um lado ao outro, como no caso de contas para colares ou bijus. Salvo uma ou outra que veio com 1 furo pequeno de apenas um lado, todas são lisas. Eu achei isso importante no visual do jogo.

6 esferas caixeta
8 esferas marfim
10 esferas mogno

Discos
Metal: arruelas para telhado (se você achar aquelas que são curvadas ou côncavas melhor. Em lojas de ferragens e materiais de construção)
Madeira: argolas para cortina (só achei de um tamanho, em qualquer loja de cortinas).

Dica: não sei quanto a vocês, mas sempre que vou comprar esses itens acabo sendo questionado pra que estou comprando. As vezes a pergunta serve para definir exatamente que tipo de material ou se o vendedor possui algum outro produto similar, mas na maioria da vezes é só pra saber mesmo. Então, para não ficar explicando que é um homemade de um boardgame (teria que explicar os 2 conceitos e na metade da primeira explicação o vendedor já teria ido atender o telefone...) eu digo que faço maquetes ou experiências de física para mestrado de um amigo. Incrível, o cidadão faz aquela cara de hahã e assunto encerrado....ha,ha,ha.




quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Homemade - Definições


Olá Pessoal,

Vamos iniciar com este post uma série sobre homemades que o CTC já confeccionou. A idéia é irmos postando imagens de cada jogo e algumas considerações sobre o que foi e como foi feito.
Antes de mais nada vamos esclarecer alguns conceitos que irão ajudar a entender os futuros posts.
Nós dividimos  homemade de print & play. De que forma ? Para nós (opinião nossa e não uma definição de conceito) print & play são versões para impressão rápida, sem maior atenção a qualidade de impressão, serve para "testar" um jogo, avaliar nosso interesse em comprá-lo ou confeccioná-lo, portanto usamos impressoras caseiras, papel mais simples e tabuleiros em papel ou papelão. Objetivo: rapidez e custo baixo.
Quando decidimos fazer um homemade, queremos uma qualidade superior, queremos que o jogo visualmente seja atrativo. Isso quer dizer que vamos pensar em como serão os tiles (mdf, papel Paraná, EVA, minis, etc...), o tabuleiro e as cartas.
Conseqüentemente  nossos homemades quase sempre são de igual valor ou até mais caros que os jogos originais. Você vai então nos questionar: Para que fazer o homemade  ? Simples: pelo desafio e prazer de fazê-lo, além do efeito UAU (UAU isso é homemade ???),ha,ha,ha.
Isso sem contar o tempo gasto nesses projetos, seleção das imagens, definição do material a utilizar, impressão, recorte, colagem, montagem, etc. Nem consideramos esse item, pois entendemos que isso faz parte do prazer de fazer o homemade.
Podemos utilizar um redesenho de todos os componentes e tabuleiro, disponíveis na internet, algumas vezes podemos inclusive misturar versões entre os componentes. Algumas vezes temos que por a mão na massa e fazer alguma modificação nas imagens, traduzir, corrigir detalhes e outras coisas.

Segue abaixo algumas considerações sobre as partes do projeto:
Qual jogo fazer homemade
Primeiro, temos que ter algum interesse no jogo certo ?
Levamos em consideração  se temos as imagens disponíveis do tabuleiro, cartas, tiles, etc.
O jogo possui minis ? Se afirmativo, temos alguma opção para elas ? Esse ponto é determinante, afinal jogos da FantasyFlight com minis maravilhosas dificilmente podem ser reproduzidos na qualidade de queremos. Se o jogo não possui minis, geralmente ocorre o inverso, podemos utilizar algum componente como miniatura e neste caso podemos dar outro visual ao jogo.
Tabuleiro
O tabuleiro geralmente é impresso em lona para banner, podendo ser enrolada, facilitando transporte e diminuindo espaço de armazenagem. Tentamos usar sempre imagens de boa qualidade (bem maiores que 72dpi que conseguimos diretamente baixando da internet). Nesse caso talvez tenhamos que entrar em contato com outros jogadores que fizeram algum redesenho.
Tiles, Tokens e Minis
Nesta etapa a imaginação (e bom senso)  ajudam bastante. Podemos trocar tiles e tokens por minis, por outros objetos, outros marcadores. Ou fazer justamente o contrário, trocar minis originais que não gostamos por tiles, tokens, etc.
Em jogos que possuem poucos tiles, podemos fazer em MDF com papel colado, o que causa um grande efeito visual e táctil já que teremos peças mais pesadas. Quando em grande quantidade podemos fazer sanduíche de EVA, o que as torna muito leves, mas não tanto a ponto se serem levadas pelo vento ou por um espirro. Mas podem ser feitas em grande quantidades sem excesso de peso.

Cartas
Aqui temos duas opções distintas:
Imprimir em papel chouché 120 Fosco, pois colocaremos em sleeves e o próprio sleeve tem brilho.
Ou caso sejam poucas cartas e que não precisem ser embaralhas constantemente, temos uma opção que ao descrever parece estranho, mas o resultado é muito legal. Fazer cartas com EVA no meio, como um sanduíche de EVA (papel frente + EVA + papel verso).

Bom, é isso por enquanto. 
Os próximos posts serão de jogos homemade com fotos e alguns comentários ok ?

Abs.